A mitologia grega como literatura

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A mitologia grega não era uma religião como a concebida no cristianismo, nem a fé em seus fundamentos era a mesma fé como a concebida pelos cristãos. Como comenta o escritor Gilbert K. Chesterton em "O Homem Eterno":  "Mas quem melhor compreender os mitos perceberá mais plenamente que eles não são e nunca forma uma religião, no sentido em que o cristianismo e até mesmo o islamismo são religiões. Eles satisfazem algumas das necessidades de uma religião, principalmente a necessidade de fazer certas coisas em certas datas, a necessidade das ideias gêmeas de festividade e formalidade. Mas, embora deem ao homem um calendário, não lhe dão um credo. Não houve alguém que se levantasse e dissesse: 'Eu creio em Júpiter e em Juno e Netuno' etc, como quem se levanta e diz: 'Eu creio em Deus, Pai todo-poderoso" e o restante do credo dos Apóstolos. Muitos acreditaram em alguns mitos e não em outros, ou mais em alguns e menos em outros, ou então em qualquer um deles, mas apenas num sentido poético e muito vago. Não houve um momento em que todos os mitos foram coligidos numa ordem ortodoxa que os homens haveriam de defender lutando e enfrentando torturas." (Chesterton, "O Homem Eterno", p. 116, ed. Mundo Cristão)   Assim, ao ser posteriormente melhor elaborada, a mitologia transforma-se em literatura.  O prof. Clístenes Hafner Fernandes explica este processo, a relação da mitologia com a literatura antiga e como estudar ambas as áreas de conhecimento.